JORNAL DE OVAR

 


Francisco Candeias expõe na Biblioteca Municipal
  Uma Vida, Um Povo retrata trabalho e sofrimento

O trabalho e o sofrimento das pessoas estão retratados, quer através das mãos, quer através das expressões faciais/corporais, nas telas do artista plástico Francisco Candeias, que está a expor, na Biblioteca Municipal de Ovar, com o apoio da Divisão da Cultura, Biblioteca e Património Histórico, a mostra Uma Vida, Um Povo, inaugurada no passado dia 22 de Junho.  

Francisco Candeias nasceu em Lourenco Marques, Mocambique; e autodidacta; dedicou-se a pintura em aguarela; e, apos algumas experiencias, passou a utilizar agua e cafe para pintar as proprias obras. “Experimentei varios tipos de cafe e verifiquei que nem todos dao certo”, contou Francisco Candeias, afirmando que “os tons tem mais a ver com a minha maneira de ser”.

Sereno e observador. Assim pode ser definido o artista plástico, que deixou Moçambique aos 16 anos, para viver em Lisboa. “Passado um ano, vieram os meus pais e, a partir dai, comecei a ter uma vida normal”, lembrou. O tempo que Francisco Candeias passou a viver nas pracas acabou por marcá-lo. “Passei a interessar-me pelo lado espiritual das coisas, isto é, a perceber o interior das pessoas, o que é que precisam e a rir um pouco disso, porque as necessidades das pessoas estão, no fundo, dentro delas, mas elas não sabem”, comentou.

A residir no Porto, onde conhece alguns vareiros, Francisco Candeias disse que é nos grandes centros onde há grandes contrastes entre as pessoas. “Quando andamos pelas ruas, esquecemo-nos de ver as rugas das mãos e dos rostos das pessoas. Mas devemos olhar como se fossem nossos irmãos, sejam elas quais forem”, opinou.

Como se dá o cruzamento das emoções, vivência e descobertas do quotidiano? “É complicado explicar! São coisas que sentimos quando vemos as pessoas. São sensações que temos ao olhar para o trabalho delas”, referiu o artista plástico.

Um Amigo, Quotidiano, Manutenção, Calmia, Salinas, Tranquilidade, Apoio e O Teu Olhar, entre outros trabalhos, permanecem patentes ao publico ....


 Lúcia Lima